Clikando – Obrigado, até breve, te amo eternamente!

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Por: Gabriel Bagliotti*

Hoje quero dedicar esse espaço a meu querido e amado pai,  Mário Luiz Bagliotti,  cidadão taquaritinguense,  comerciante, empresário, visionário, sonhador, apaixonado pela sua família em especial, sua esposa Adriana, seus dois filhos, Isabela e Gabriel (esse jornalista que vos escreve), sua nora Nathalia e seu amado e tão sonhado neto: Joaquim. 

Confesso que escrever esse texto não foi fácil, pois a cada linha que escrevia, muitas e muitas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Mas a certeza que tenho é que Deus deve ter reservado um lindo lugar aí no céu para o senhor.

Pai, sei que nunca fui fácil, desde cedo o loirinho agitado, hiperativo e ligado no 220 que deixava o senhor e mãe com os cabelos em pé e muitas e muitas noites em claro.

Já um pouco mais crescido fui a razão do senhor parar de lecionar, poucos sabem, mas meu pai foi professor de história e geografia na extinta escolinha do Bassoli. Este era um hobby que o empresário de sucesso tinha, e que exercia como uma paixão.

Sempre questionei meu pai, por qual motivo ele havia parado de dar aulas e a resposta sempre era a mesma, você! Com a vida corrida entre dar aulas à noite e tocar a rede de lojas de móveis no início dos anos 1990, não havia tempo para ver seu filho crescer, mas esse nunca foi o problema. Pois mesmo ocupado com os afazeres do dia a dia, sempre estive ao lado de meu pai.

Comerciante de mão cheia, Mario Bagliotti foi proprietário, ao lado do seu irmão (gêmeo) Mauro, de uma rede de lojas de móveis. Aqui fundou a Eletro Móveis Bagliotti, e a Sono Center. Lojas que levaram para cidades da nossa região, como Matão e Guariba. Ainda jovem, lembro-me de ir com meu pai para a cidade de Matão. Lá acompanhava o dia a dia da loja e muitas e muitas vezes retornava dormindo em seu colo no banco da F.1000.

Em paralelo às lojas de móveis e às aulas de história e geografia, Mario Bagliotti mantinha junto dos irmãos e de alguns sócios uma fábrica de móveis sob encomenda. Foi através da Fábrica de móveis que durante um período de sua vida, semanalmente se dirigia até a capital paulista no qual levava móveis para os grandes condomínios de luxo de São Paulo.

Meu pai foi o grande responsável pela abertura da Baby Center, loja de confecção infantil, brilhantemente comandada por minha mãe Adriana Bagliotti. A loja infantil, que nasceu para ser um apêndice das lojas de móveis, ganhou força e virou o carro-chefe dos empresários Mario e Adriana Bagliotti.

Já por volta dos anos 2000, meu pai vivia um período agitado de sua vida, e juntamente com alguns amigos, adquiriu uma porcentagem de um rancho na cidade de Coxim no Mato Grosso do Sul. Visionário e muito curioso, a cada viagem até o rancho, meu pai visitava uma das cidades da região, sempre aumentando alguns quilômetros na viagem.

Um dia assistindo ao programa jornalístico Globo Repórter da Rede Globo de Televisão acompanhou uma grande matéria a respeito de Primavera do Leste. Fato esse que chamou sua atenção e lá se foi Mario até a longínqua cidade no Mato Grosso.

Após visitar diversas imobiliárias e conversar com vários empresários estava decidido a mudar para Primavera do Leste. Em casa já havíamos até combinado, que assim como em boa parte de sua jornada estaria ao seu lado. Lá o sonho era abrir uma segunda unidade da Baby Center e fazer a vida por lá. Porém, como nem tudo na vida conseguimos tirar do papel, Mario ficou por aqui e optou em ajudar um de seus amigos em ser prefeito de Taquaritinga.

Diante de todo o seu esforço e dedicação durante a campanha eleitoral e com o ápice da vitória no pleito, meu pai foi convidado a ser secretário municipal de compras e licitações. Um dos principais gargalos de qualquer administração e lidando com os recursos do município nunca se ouviu falar uma vírgula do tempo em que Mario Bagliotti esteve à frente desta importante pasta. Ainda durante a administração municipal exerceu funções como chefe de gabinete, secretário de Desenvolvimento, auxiliando na implantação de muitas empresas de nossa Cidade no Distrito Industrial, como Maqmóveis, Queijos Palomino, Volplast, Grupo W.J.J., entre tantas outras.

Durante o tempo em que esteve ligado ao grupo político que comandava os destinos da cidade à época, meu pai foi destaque regional ao montar um grande plano de redução de gastos da municipalidade em um período de vacas magras vividos na ocasião. Sua imagem desligando um ar-condicionado foi motivo de gozação pela oposição de plantão da época, mas era necessário para passar aquele momento crítico.

Em casa, meu pai sempre falou que pretendia ficar apenas um ano na administração municipal, mas acabou ficando durante sete anos, sendo um dos principais coordenadores da campanha de reeleição do até então amigo que havia ajudado a se eleger prefeito anos anteriores.

Justo e honesto em todas as suas atitudes, Mario resistiu bravamente a diversos ataques sofridos pelos puxas sacos de plantão, mesmo sendo jogado de lado, e praticamente esquecido por alguns meses na coordenação de um departamento municipal, teve honradez ao dizer não ao pedido para assumir a pasta da Cultura.  Sempre ligado ao comércio e à indústria não havia motivos algum para assumir a pasta ofertada. Com peito aberto, deixou a administração municipal e voltou para a sua loja de roupas infantis.

Ao lado de minha mãe, conseguiram formar Isabela e eu, ela arquiteta urbanista e eu, jornalista. Sempre ao nosso lado, vibrou como nunca durante a festa de formatura de minha irmã. Era nítida a sua alegria e felicidade durante a festa. Acredito que tenha sido um dos melhores dias de sua vida.

Nos últimos dez anos esteve ao meu lado no comando de O Defensor. Foi meu braço direito, esquerdo, perna direita, esquerda e muitas vezes o cérebro. Enquanto eu comandava a redação, ele se dedicava às vendas.

A cada edição especial era um recorde de comercialização das páginas deste jornal. A meta mais audaciosa foi atingida em dezembro passado, quando 105 publicidades foram vendidas por Mário às empresas de nossa Cidade e região.

Pai, tentei resumir sua trajetória de vida, mas tenho a certeza que faltaram muitas e muitas histórias. Quero aqui reafirmar aquilo que lhe falei em seus últimos dias de vida. Te amo, obrigado por tudo, o que o senhor fez por mim e pela nossa família. Me desculpe pelos meus erros, pelas minhas falhas, pelo meu jeito explosivo e questionador. Até breve, um dia estaremos novamente juntos, ao lado de nosso senhor Jesus Cristo, te amarei eternamente!

*Gabriel Bagliotti é jornalista responsável e diretor presidente de O Defensor. 

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